As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018) citam metodologias lúdicas como jogos de vídeo games, com a temática diabetes, e brinquedos terapêuticos como ferramentas que aproximam o profissional educador em saúde do universo da criança, possibilitando a formação de vínculo, essencial para o processo ensino-aprendizagem. Tais metodologias tem demonstrado eficácia em sua proposta de promover a compreensão do tema e estimular ações de autocuidado.
Segundo pesquisas coordenadas pelo Grupo de Estudos do Brinquedo (GEBrinq) do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIFESP, a abordagem de interação e aprendizado com brinquedos como coadjuvante ao tratamento do diabetes mellitus apresentou ser eficaz ao promover o entendimento apropriado da criança sobre sua doença, pois se utiliza de uma linguagem ideal para cada idade: o brincar.
A primeira pesquisa com o brinquedo terapêutico aplicados para educação em Diabetes Mellitus tipo 1, tinha como objetivo conhecer a vivência de crianças na faixa etária de seis a doze anos de idade com diabetes tipo 1 e para isso foi utilizado o Brinquedo Terapêutico Dramático, estratégia lúdica usada também para entrevistas em pediatria. Os resultados desse estudo foram publicados na Revista de Enfermagem da UFPE, 2015
Particularmente, posso afirmar seguramente que os brinquedos que geram esse tipo de sentimento de empatia e acolhimento podem ser muito positivos no processo de aprendizagem e troca de vivências.
Meu filho de 7 anos, não tem DM1 mas sempre se interessa pela minha rotina, é observador e profundamente atencioso, inclui na rotina de brincadeiras dele com a irmã, de quase 3 anos, temas referente ao diabetes. Ele faz isso de forma tão natural por conviver com o meu diabetes diariamente que é realmente inspirador pensar que pode ser assim com outras crianças também se isso se der em um processo de inclusão com naturalidade no ambiente e rotina deles.
Eu gostaria de apresentar aqui alguns brinquedos terapêuticos disponíveis atualmente que foram criados para melhorar o aprendizado, aceitação e a vivência (convivência) com a rotina de cuidados que o diabetes demanda. E que podem servir de instrumento ou inspiração para um trabalho de educação em diabetes no ambiente escolar ;-)
Didi e a Bete
São dois bonecos, frutos de uma parceria da ADJ Diabetes Brasil e empresa Roche, que carregam em suas mochilinhas seus itens da rotina de quem tem DM1 (carteirinha de identificação, glicosímetro, caneta de aplicação de insulina, insulina, bomba de infusão de insulina) A ideia é brincar com a rotina e demonstrar o
carinho e cuidado que as crianças
precisam.
Esses Bonecos podem ser adquiridos na ADJ Diabetes Brasil. Quem faz doações à instituição também pode ganhar.
Confira no site da ADJ Diabetes Brasil
Macaquinha Coco (e materiais)
A Coco é uma macaquinha que foi desenvolvida pela farmacêutica Lilly em parceria com a Disney. Ela é uma personagem da turma do Michey e tem DM1. Ela vai para escola, pratica atividade física, vai à festinha de aniversário e se diverte, mas na hora da comida evita excessos, faz lição de casa e tem uma vida como a de outras crianças, só que precisa medir a glicemia e aplicar insulina quando necessário.
Ela usa uma pulseirinha de identificação de que tem DM1, e carrega com ela lanche saudável, diário de glicemia, glicosímetro, insulinas, agulhas, e vem com um guia educacional pra pais e filhos.
Suas histórias são contadas em livrinhos, que também podem ser utilizados por profissionais de saúde, e familiares, (e porque não professores?) para ensinarem as crianças como lidar com o diabetes.
A Coco não está à venda. Ela é disponibilizada para as crianças de 3 a 10 anos de idade recém diagnosticadas com DM1 e que usem insulina da empresa Lilly. Os pais ou responsáveis devem entrar em contato com a empresa Lilly pelo SAC (0800-701-0444) e realizar um cadastro. A empresa oferecerá orientações ao vivo, online, sobre o uso da insulina e a Coco será enviada pelos Correios para a casa da criança juntamente com 1 livro de histórias.
Embora o material entregue aqui no Brasil seja em Português, no site o material disponível é todo em Inglês. Mas acredito que dá pra aproveitar sim ;-)
http://www.lillydiabetes.com/lilly-disney.aspx
No site é possível se cadastrar e baixar os livros com historinhas, materiais para colorir, receitas, ideias de atividades e alguns materiais para o público adolescente também. Todo material focado para a convivência
Lenny
Lenny é um Leão, criado pela Medtronic, que tem DM1 desde pequeno e é usuário de bomba de infusão de insulina. Ele demonstra os locais do corpo onde é mais indicado que o cateter seja inserido e como instalar e usar a bomba de infusão corretamente. Ele encoraja a prática de esportes e de uma vida ativa e saudável.
O Lenny também não é comercializado.
No site (em inglês) é possível encontrar jogos, atividades interativas e materiais para colorir.
American Girl A empresa americana lançou uma boneca que vem com o kit de bomba de infusão de insulina, glicosímetro, lancetador, pastilhas de glicose e diário de glicemia a pedido de uma menina de 11 anos com DM1.
A boneca é vendida nos Estados Unidos.
Os acessórios são vendidos separadamente. americangirl.com
A iniciativa Toy Like Me também desenvolveu uma boneca usuária de bomba de insulina atendendo a pedidos. http://www.toylikeme.org/
Doces princesas e heróis Marina Collaço, que tem DM1, também adaptou a Barbie, bem como personagens inspirados nas princesas da Disney, criando então a Melza, a Armel, a Caramela, a Bala, a Branca de Açúcar e a Docinho, todas com diabetes, é claro. Outros personagens e Heróis também ganharam nova versão como: Glicossauro Rex, o Buzzba de Insulina, o Toddy, o Homem Glicose e o Incrível Cookisão alguns deles.
Os brinquedos podem ser adquiridos na loja virtual diabeticatiporuim.com.br
E pra finalizar eu gostaria de comentar o trabalho da Kath do Blog Maternidade e Diabetes que também criou bonecos para que crianças com DM1 e crianças que convivem com adultos com DM1.
Eu me identifiquei.
Na página do facebook Maternidade e Diabetes tem mais umas coisinhas.
Vemos que com criatividade, amor e empatia podemos melhorar e transformar a condição do processo de aprendizado em algo mais leve e lúdico e efetivo.
O que você achou? Você acredita que isso poderia ajudar a trazer o tema do autocuidado no diabetes para uma brincadeira com as crianças?
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